LEOPOLDO DAMASCENO FERREIRA
( Brasil - Piauí )
Ordenou-se e doutorou-se em cânones em 1884, depois de brilhante tirocínio no célebre Seminário de Saint Suplice, onde tanto se distinguiu, que mereceu as honrosas referências do padre Guiizan em seu trabalho “Viagens na Europa”.
Intelectual de renome, filósofo, orador sacro, poeta, sociólogo, jornalista.
Inspector da Instrução Pública, lente de Latim e Francês no Liceu Maranhense, Diretor do Seminário das Mercês e Deputado ao Congresso Legislativo (1898-1900).
Governou o Bispado do Maranhão. Viajou pela Suiça e Itália.
Colaborou nos jorna “Civilização”, “Diário do Maranhão”, “Cruzada”, “Alvorada”, em que publicou uma exaustiva biografia do dr. José da Silva Maia. Ainda colaborador dos periódicos “Regeneração”, “Jornal da Manhã”, “Domingo”, “Federalista”, “Pacotilha”, “Os Novos” e “Revista do Norte”.
Patrono da Academia Piauiense de Letras, cadeira no. 21, sendo primeiro ocupante o poeta Da Costa e Silva, e atual a poetisa Maira Isabel Gonçalves de Vilhena.
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ANTOLOGIA DE SONETOS PIAUIENSES [por] Félix Aires. [Teresina: 1972.] 218 p. Impresso no Senado Federal Centro Gráfico, Brasília. Ex. bibl. Antonio Miranda
MADALENA
Entendo o que dizes na silente
linguagem desse olhar úmido e triste:
— és vítima de amor dês que me viste,
a alma tens presa e o coração doente.
E eu te amaria cega e loucamente,
se o pudesse; porém o amor consiste
numa oblação; e o coração resiste,
pois a Deus já me dei inteiramente.
Mas ouve e crê: eu tenho tanta pena
de não pode amar-te, que parece
que, mesmo sem querer, te estou amando...
E sinto que te sigo, em te evitando.
Quero insensível ser, e a mágoa cresce:
— mágoa de não te amar, ó Madalena!
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Página publicada em março de 2023
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